22 de outubro de 2009

As dificuldades de ser roteirista


Em 2001, quando realizei este estudo, os roteiristas americanos ameaçavam entrar em greve. Eles reclamavam da falta de respeito com seus textos, por parte dos produtores que os reescrevem, indiscriminadamente; e ainda, por parte dos diretores que levam os louros sozinhos ao terem seus nomes no crédito: “um filme de...”.


Segundo o Writers Guild of America, entidade representante da classe nos Estados Unidos, os roteiristas queixavam-se de que o tratamento dado a eles, na indústria cinematográfica, está piorando a cada dia. Além disso, eles reclamavam de não ganhar nenhuma percentagem dos lucros do filme, ao contrário do que acontece com as grandes estrelas, diretores e produtores. Imaginem, a reivindicação era dos grandes roteiristas de Hollywood!

Como em outras áreas de criação, cinema é um trabalho de equipe. Dificilmente um roteiro ruim dará um bom filme, o mesmo podemos afirmar com relação a um mau diretor. Cada um tem a sua parcela de responsabilidade e de glória.

Trabalho de roteirista é duro, isto sem falar na dificuldade de se chegar lá. É como passar no buraco da agulha! Cameron Crowe, vencedor do Oscar 2001 na categoria de melhor roteiro original com o filme Quase Famosos (Almost Famous), em entrevista à imprensa, disse que deve a sua estatueta àqueles que lhe deram uma oportunidade. Ele está certo. Na vida tudo é uma questão de OPORTUNIDADE.

Vez por outra, quando ando pelas ruas e vejo um operário quebrando pedras portuguesas para consertar uma calçada, penso nos inúmeros roteiristas talentosos que não conseguem uma única chance. Vida de roteirista iniciante é isso: um eterno quebrar pedras! Mas não desanime, um dia a calçada ficará pronta.

“O coração determinado faz com que se realizem desejos” Do roteiro de “O tigre e o dragão”