Em 2001, quando realizei este estudo, os roteiristas americanos ameaçavam entrar em greve. Eles reclamavam da falta de respeito com seus textos, por parte dos produtores que os reescrevem, indiscriminadamente; e ainda, por parte dos diretores que levam os louros sozinhos ao terem seus nomes no crédito: “um filme de...”.
Segundo o Writers Guild of America, entidade representante da classe nos Estados Unidos, os roteiristas queixavam-se de que o tratamento dado a eles, na indústria cinematográfica, está piorando a cada dia. Além disso, eles reclamavam de não ganhar nenhuma percentagem dos lucros do filme, ao contrário do que acontece com as grandes estrelas, diretores e produtores. Imaginem, a reivindicação era dos grandes roteiristas de Hollywood!
Como em outras áreas de criação, cinema é um trabalho de equipe. Dificilmente um roteiro ruim dará um bom filme, o mesmo podemos afirmar com relação a um mau diretor. Cada um tem a sua parcela de responsabilidade e de glória.
Trabalho de roteirista é duro, isto sem falar na dificuldade de se chegar lá. É como passar no buraco da agulha! Cameron Crowe, vencedor do Oscar 2001 na categoria de melhor roteiro original com o filme Quase Famosos (Almost Famous), em entrevista à imprensa, disse que deve a sua estatueta àqueles que lhe deram uma oportunidade. Ele está certo. Na vida tudo é uma questão de OPORTUNIDADE.
Vez por outra, quando ando pelas ruas e vejo um operário quebrando pedras portuguesas para consertar uma calçada, penso nos inúmeros roteiristas talentosos que não conseguem uma única chance. Vida de roteirista iniciante é isso: um eterno quebrar pedras! Mas não desanime, um dia a calçada ficará pronta.
“O coração determinado faz com que se realizem desejos” Do roteiro de “O tigre e o dragão”