3 de agosto de 2009

Da peripécia ao ponto de virada

Na antiguidade, Aristóteles destacou a importância da peripécia para mudar a ação da tragédia, no sentido contrário, fazendo por exemplo, a personagem passar da ignorância ao conhecimento, transformando amizade em ódio ou felicidade em infortúnio. (Arte Retórica e Arte Poética- Aristóteles)

Syd Field desenvolveu uma importante ferramenta para a técnica de fazer roteiros: o ponto de virada ou plot point. Plot vem do inglês e significa intriga, portanto, Ponto de Virada é um obstáculo ou incidente que muda o rumo ou a direção da história. Num filme, ele acontece geralmente em dois momentos: nos finais do Ato I e do Ato II.

Mas se existe um paradigma, por que nem todos os filmes alcançam o sucesso?

O paradigma é uma forma, não uma fórmula.

Para Aristóteles, a maior habilidade do poeta (escritor, roteirista) fica comprovada na forma como ele arranja os fatos para que o público sinta arrepios ou compaixão a exemplo do que acontece com quem assiste à fábula Édipo. É por isso que, mesmo seguindo o mesmo paradigma, nem todas as histórias alcançam sucesso.