17 de agosto de 2009

Uma câmera no olho do roteirista


O roteiro deve ter exatamente aquilo que o público verá na tela do cinema. Na hora de escrever o roteiro, o olho do roteirista deve ser como o visor de uma câmera.

“Ao organizar fábulas o poeta deveria, na medida do possível, proceder como se ela decorresse diante de seus olhos”. (Aristóteles – Arte Retórica e Arte Poética)

Por isso, ao pensar na cena, tente visualizá-la em sua mente. O bom roteirista é aquele que vê a cena em sua cabeça, como num filme. Treine sua mente, visualizando a cena antes de descrevê-la no roteiro.

“O melhor é evitar qualquer descrição de um estado de alma. É preciso tentar torná-lo compreensível pelas ações dos heróis” – Anton Tchekov.

Segundo o escritor russo, o dramaturgo (no caso, o roteirista) deve traduzir com ações o estado de alma de seu personagem.

Outro ponto importante:

“O roteirista não é responsável por escrever POSIÇÕES DE CÂMERA e terminologia detalhada de filmagem. Não é a tarefa do escritor. O trabalho do escritor é dizer ao diretor o que filmar, não como filmar” – (Syd Field; Manual do Roteiro)

O roteirista pode dar sugestões, mas só quando for absolutamente indispensável, para não interferir no trabalho do diretor.

O roteiro cinematográfico tem um código próprio, no entanto, em sua execução, o profissional deve respeitar as regras gramaticais do idioma em que está escrevendo, como, por exemplo, o uso de letra maiúscula no início de nomes próprios, pontuação, etc.
No Brasil, muitos profissionais preferem não seguir regras. Nos Estados Unidos, a indústria cinematográfica exige uma padronização visual e técnica de roteiros. Aqueles que insistem em fugir às regras correm o sério risco de ver seus trabalhos no lixo.